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sábado, 15 de dezembro de 2012

Crítica: Tex Ouro 48 - Missão em Boston

(**CUIDADO: este texto contém spoiler. Se você pretende ler essa edição, não leia a crítica**)


 | Antagonista bem trabalhado | Desfecho satisfatório | | Cenário inapropriado | Lutas desnecessárias |

 Lançado no Brasil em maio de 2010, Tex ed. Ouro 48 - Missão em Boston, traz uma história totalmente diferente das que estamos acostumados a ver/ler.

 Nesta edição, Tex e Carson são enviados a Boston para investigar um tráfico de armas que tem um índio navajo envolvido. No desenrolar das investigações, Tex e Carson conhecem Pierre, um agente da pinkerton que faz a eles um resumo sobre o que sabe sobre o tráfico, revelando que o chefe da polícia está envolvido na organização. E com essas informações, os rangers fazem de tudo para acabar com o tráfico.

 Neve e Tex não combinam

 "Tempinho bom! Já estou com saudade do sol que deixamos no Arizona". Esta fala de Carson resume perfeitamente a sensação que o leitor terá enquanto lê a aventura. Embora Civitelli retrate com perfeição a neve da cidade de Bonston e esta seja a intenção do roteiro, fica claro que este cenário não combina com nosso Ranger.



Aqui, em vez de deserto, sol, cavalos, diligencias, cawboys e ambiente aberto, o leitor verá o oposto: neve, temporal, cidadãos comuns e ambiente fechado. A impressão que dá, é de não ser uma história de faroeste, e sim policial, à lá Nick Raider. A única diferença é que, em vez de táxi, Tex e Carson andam de charrete.

 Em outras palavras, se no lugar de Tex, estivesse Nick Raider, não mudaria nada.

 Réquim vs Tex

 Se por um lado o roteiro erra em escolher um enredo (policial) que não combina com Tex, do outro acerta em cheio na escolha do antagonista (vilão). Réquim é quem executa as ordens do capitão Corbett e de Beaumont, e também é Réquim o responsável de quase toda ação da história.

 Réquim não usa apenas armas para enfrentar Tex e Carson, mas também a astúcia. As batalhas entre herói e vilão protagonizam os melhores momentos da aventura. Na ação, vemos o tradicional bang bang e uma perseguição que vai do quarto de um hotel até o cais. E na astúcia,  Réquim e Tex disputam pra ver quem é o mais esperto. Neste ultimo quesito, um consegue enganar o outro em determinado momento.



 Não precisava disso

 Outro ponto negativo da história são algumas brigas desnecessárias. Nesta edição, o roteiristaa coloca umas lutas divertidas, porém, sem precisão. Que é legal ver o Tex dar uns sopapos em alguns caras folgados, não há dúvida, mas nesta aventura fica a sensação de que não precisava disso.

 Durante a prisão de Tex e Carson, seus "colegas" de cela tentam limpar os bolsos dos rangers enquanto eles estavam aparentemente dormindo, e aí é soco pra tudo que é lado. E quando nossos pards são liberados, Tex cruza com o guarda que havia lhe batido com um cassetete e ali mesmo decide ir à forra.

 Esses combates, não acrescentam absolutamente nada na história. E o que é pior: as 12 páginas desperdiçadas nessas brigam fazem falta no final. Nizzi poderia usar essas páginas para explicar algumas coisas que ficaram sem resposta, como por exemplo, qual era a causa do povo de Julia Calvi que fez com que ela lutasse pra recuperar o dinheiro roubado por Beaumont.



 Acabou como tinha que acabar

 O desfecho de "Missão em Boston" aconteceu como deveria acontecer. Como a proposta do roteiro era de uma aventura com ar policial, o fim foi satisfatório. Todos os culpados, com exceção de Beaumont, são presos e descobertos.

 Não tinha como não ser assim. Ficaria muito estranho se, por exemplo, o capitão Corbett e Réquim não fossem presos. Que graça teria se eles (Corbett e Réquim) fossem mortos sem serem desmascarados e ficassem impune de seus crimes. Volto a repetir que este fim foi satisfatório pelo fato de ter sido uma aventura policial.


 A única morte entre os mentores do tráfico de armas, a de Beaumont, não só foi satisfatória como também trouxe a única carga de emoção que a aventura teve. Beaumont morre pelas mãos da bela Julia Calvi, que vinga a morte de seu pai e também seu povo, a quem Beaumont traiu pela avidez do dinheiro. A cena poderia ter sido ainda mais emocionante se Nizzi usasse as páginas que usou nas brigas entre Tex e os presos/guarda para explicar a causa do povo da Julia, como foi mencionado no quesito acima.

Conclusão:

 Missão em Bonton é uma boa aventura, mas pode ser considerada ruim por alguns. Inserir o gênero policial em Tex e mudar radicalmente o cenário em que estamos acostumados a ver, pode desagradar os fãs do ranger, mas não chega a comprometer a qualidade da história. Ação, perseguição e surpresas estão presente no enredo desta edição. Se você não se importa com as questões  negativas (gênero policial e cenário oposto do velho oeste) citadas na crítica, esta é uma aventura interessante, por trazer elementos nunca visto antes no mundo texiano.

 Nota para a edição: 7,0

2 comentários:

  1. gostei do blog amigo, bacana a critica.
    porem descordo em alguns pontos, acho qu foi uma boa jogada colocar os dois rangers em cenários diferentes exatamente por nao estarmos acostumados a ver, um desafio pra eles e para nós.
    eu achei muito boa tambem porque os personagens nao poderiam simplesmente atirar uns nos outros no meio das ruas, sao outros costumes, gente "civilizada", achei muito oa a trama.
    daria nota 10.

    é só opinião amigo, ao leve a mal, mas gostei bastante de sua crítica.




    Grilo.

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  2. As artes marciais em Tex.

    As técnicas de combate corpo a corpo praticadas pelos quatro pards (Tex Willer, Kit Carson, Kit Willer e Jack Tigre) são similares às diversas artes marciais como a briga de rua, o boxe (Pugilismo), o savate (Boxe francês ou Kickboxing francês), o wrestling (Luta livre), a luta com facas, a luta com bastões, a esgrima e o tiro com arco e flechas.

    O imigrante irlandês Pat Mac Ryan é um grande lutador de boxe e wrestling (luta livre).

    Os nativos americanos da América do Norte tinham forte tradição no wrestling.

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